Foto / Reprodução Internet
Rose tem que passar por um beco mal iluminado para poder cortar caminho e chegar mais rápido na rua mais movimentada que a levará até a sua casa. Ela apressa o passo. Percebe uma movimentação no final do beco. São três jovens que estão se drogando. Dá pra sentir de longe o cheiro do pó. Ela não tem alternativa a não ser passar por eles.
Ao avistar a moça eles fazem algazarra. Riem e falam alto. Falam coisas obscenas. Rose finge não escutar. Anda ainda mais rápido. Passa por eles com a cara fechada. Um deles tenta encostar a mão nela. Ela esquiva-se.
- Qual é gata?! Só porque tu é gostosa tá se achando é? Vem aqui com nóis. Vem dá um chêro aqui vem. – provoca um.
- Ficou rica e não fala mais com os pobres é? Só anda de nariz empinado agora é morena? Espera que eu vou já acabar com essa tua “acheza” toda. – grita outro.
Rose está com medo. Está praticamente só ela e os três jovens na rua. Um deles a segue na bicicleta. Para na frente dela e grita:
- Passa essa bolsa sua vadia!
Ela percebe que ele está desarmado e começa a correr. Ele larga a bicicleta no chão e corre atrás dela. A puxa pelos cabelos. Eles lutam.
Os dois caem no chão e ele começa a puxar a bolsa dela xingando-a dos palavrões mais sujos que se pode ofender uma mulher. Ela consegue pegar uma pedra e acerta a cabeça dele. O rapaz se machuca. Há sangue na cabeça dele. Ele se irrita.
- Vem aqui sua vagabunda! Tu vai aprender que com cara de macho não se brinca. Ela corre desesperadamente. Sai sem direção. Avista uma espécie de galpão que está com a porta entreaberta.
Sem pensar ela invade o espaço que por dentro parece um salão de festa sendo enfeitado. Rose depara-se com um homem branco, alto e um pouco gordo, porém forte.
Ele está maquiado. Usa uma peruca que faz lembrar cabelos longos de mulher e veste trajes femininos. Está sozinho de frente para um espelho e não parece se assustar com a invasão da jovem.
- Oi! Você veio me ajudar a arrumar esse salão pra minha festa boneca? – Indaga o homem estranho com voz afeminada. Há pouca luz, e por isso, não dá para ver o rosto dele direito.
- Por favor, me ajude! Chame a polícia! Tem um pivete correndo atrás de mim. Ele pegou a minha bolsa. Eu reagi e acertei a cabeça dele com uma pedra. Agora, ele quer me matar. Ele está vindo atrás de mim... por favor... – suplica a moça que mal consegue falar direito.
O homem não diz nada. Apenas levanta-se com muita calma. Rose tenta se esconder debaixo de uma mesa. Ela tenta recuperar o fôlego. Está tremendo muito. Mal consegue ficar em pé. Ela escuta uma luta entre dois homens. Está apavorada.
Silêncio.
De repente, o lugar que já estava mal iluminado fica completamente escuro. Rose sente medo. Percebe um foco de luz vindo de uma lanterna. Parece que alguém a procura.
Ela não sabe quem. Tenta sair do lugar onde está. Tropeça em coisas que não enxerga. Entra por uma porta num local que tem muito mato e está cercado por um muro baixo. Rose, a essa altura, já está sem a bolsa e sem um dos sapatos. Desfaz-se do outro e tenta pular o muro.
Quando finalmente consegue passar pelo outro lado, sente mãos tapando a sua boca. Alguém colocou um pano com alguma substância forte em seu nariz. Ela perde os sentidos sem ter tempo de ver quem a pegou.
CONTINUA...
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