Foto: Carlos Borges |
O jovem paraense Daniel Costa, de 16 anos, precisa de apoio para representar o Pará na terceira edição do Duelo de MCs Nacional. O evento vai reunir, em Belo Horizonte, artistas e amantes do movimento hip hop de todo o Brasil para saber quem será o vencedor da batalha na qual vai ganhar o título de Melhor MC Improvisador da cultura hip hop. Além do paraense Daniel Costa, mais sete representantes de outros estados brasileiros vão “brigar na garganta”, pelo título, em novembro deste ano, no viaduto de Santa Tereza, em Minas Gerais.
O MC, que ao pé da letra significa mestre de cerimônia, é o que se comunica através das rimas, no movimento hip hop. “Fazer rima não é o mais importante. O fundamental é passar uma mensagem através dessa rimas”, explica Daniel. “Essa batalha acontece no viaduto de Santa Tereza, em Belo Horizonte. Para conseguir ganhar a vaga para disputar o duelo nacional, primeiro eu tive que ganhar a Pré-Eliminatória da Batalha da Floresta, tendo duelos diretos com Everton MC, Black Zion e Magrinho, de Castanhal. Após isso, eu ganhei a eliminatória tendo duelos diretos com os MCs Everton, Rog e Gabriel GB”.
Por ser um evento independente, para ser realizado é necessária a quantia de R$ 25.990. Por causa dessa necessidade foi aberta uma campanha na internet, pelo site catarse, para que as pessoas possam contribuir com doações. “Conto com o apoio de todos para doarem a partir de dez reais, pois estou me dedicando bastante, treinando muito. Prometo dar o meu melhor e honrar o estado do Pará”, garante o MC Daniel Costa.
Foto: Carlos Borges |
Daniel, na maioria das vezes, recebe apoio, tanto financeiro quanto moral, da família dele, o que é muito importante para a carreira do MC. “Minha família tem uma grande confiança em mim e isso me traz muita segurança”, ressalta o paraense que não tem condições financeiras de bancar a sua viajem e estadia em Belo Horizonte.
O hip hop surgiu na vida de Daniel Costa quando ele tinha oito anos de idade. “Conheci através do meu primo Arthur Carvalho que, na época, era integrante do grupo de rap paraense Manifesto Negro. Foi o meu primeiro contato com a cultura hip hop. Porém passei a me envolver em 2013, ano em que conheci o MC Everton Oliveira que me convidou para visitar a Batalha de São Brás, logo na primeira visita conheci os MCs Sheriton Mores e Gabriel Costa que me convidaram para integrar o grupo Arsenal de Rima, daí é que vem o meu nome artístico, Daniel ADR.
Everton Oliveira, ou Everton MC, um dos responsáveis pela realização da Batalha de São Brás, que acontece todos os sábados, na Praça Floriano Peixoto, no Mercado de São Brás, em Belém, daí vem o nome da batalha, alega mudou o clico de amigos e principalmente a sua rotina. “Sem o Rap eu seria um paraense sem a farinha, me sentiria incompleto, Rap é a fonte de energia que me faz sentir vivo”.
Para Everton, o breaking e os MCs estão muito presentes em programas de TVs e os raps estão tocando em novelas e rádios, e tudo isso ocorre porque o hip hop que está na mídia é voltado para o lado comercial. “Por isso, a sociedade já está analisando o movimento com bons olhos, porém, esse é o hip hop midiático, porque quando eles veem o hip hop que prega a revolução e fala das mazelas sociais, já ficam com um pé atrás. A meta do rap nacional de verdade é a revolta contra o sistema. O movimento sempre busca repassar informações para aqueles que estão sedentos por conhecimento”, esclarece Everton.
Para Daniel, o Rap é liberdade e fez muita diferença em sua vida. “O Rap mudou o meu jeito de pensar, agir, me fez amadurecer. Não foi pré-destinado eu cantar Rap, foram circunstancias que fizeram isso acontecer. Me sentia sufocado e não conseguia me expressar, no entanto o papel e a caneta e, mais tarde o Freestyle, (rimas improvisadas) foram a forma que eu achei de desabafar, transferir todos meus sentimentos para o ritmo e para a poesia”, enfatiza Daniel.
Daniel Costa diz como enxerga a relação entre o gênero e a mídia. “O hip hop surgiu nos guetos e consequentemente isso já traz um preconceito, mas hoje isso já vem mudando bastante. Alguns estereótipos estão se desfazendo e contemporaneamente já vemos artistas da nossa cultura em redes de televisão, rádios e jornais. Como a mídia possui um grande poder na formação da mentalidade da sociedade, essa visibilidade maior que estamos tendo tem melhorado bastante o jeito que a sociedade enxerga nossa cultura”, opina.
Para o jovem, hoje o Hip hop paraense está tendo uma grande visibilidade, não apenas o rap, mas com todos os seus elementos. “Porém, a maioria das nossas conquistas foram totalmente independentes, pois não temos apoio de políticas públicas e isso é fundamental, não apenas para nós do meio e sim para sociedade, já que o hip hop salva vidas, tira jovens do mundo do crime e das drogas”. Ele acredita que para o hip hop ser mais forte no Pará, falta apoio do Estado. “Aqui temos grandes talentos, mas falta oportunidade para que esses artistas anônimos mostrarem suas habilidades”, acrescenta.
Para ajudar o MC Daniel Costa ligue para: (91) 8230-6000
Ou enviei um e-mail: daniel_c_carvalho@hotmail.com
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