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sábado, 28 de janeiro de 2012

A cultura popular paraense está de luto: Evaldo Gomes Maciel partiu para se unir aos bambas do samba


"A comunidade do Guamá perde uma estrela mas, o céu ganha um intercessor pelos artistas, desprezados, que lutam pela cultura popular", assim referiu o presidente do bloco de carnaval Mexe Mexe, Kleber Oliveira, ao carnavalesco, artesão e militante pela cultura, sobretudo a popular, Evaldo Gomes Maciel, que faleceu na manhã de ontem (27), aos 63 anos, a maior parte deles de muita luta para a valorização da cultura.

Evaldo Gomes já estava internado há 20 dias. Apresentava muita febre. Quando estava para receber alta, surpreendeu a todos com a sua "partida para o lado dos grandes bambas do samba que estão no céu", afirmaram os seus familiares. O carnavalesco sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu.    

 O corpo de Evaldo Gomes Maciel está sendo velado na quadra da agremiação carnavalesca Bole Bole (localizada na Passagem Pedreirinha, entre José Bonifácio e Barão de Mamoré, no bairro do Guamá). O enterro será às 9h de hoje, no Cemitério de Santa Isabel. O artista popular era casado. Deixou uma filha de oito anos e muitas saudades para todos os parentes, amigos, alunos e boa parte da comunidade carente do Guamá, a quem ele nunca negou ajuda. "Ele sempre estava presente nas manifestações, fossem elas culturais ou religiosas daqui da comunidade. Sem dúvidas, Evaldo vai fazer muita falta para todos. Foi uma grande perda não só para os parentes e amigos, mas para a cultura popular brasileira que tanto contribuiu", falou emocionado Kleber Oliveira. 
Evaldo Gomes participou de vários projetos como "Muleque Pandero" e "Chequerê", nos quais foi instrutor de meninos e meninas carentes, ensinando-os a fazer alegorias para as festas de carnaval. Ele também era o "tripa" (homem que se veste de boi de pano) do Boi Pavulagem, símbolo do Instituto Arraial do Pavulagem, que declarou estar de luto. "Evaldo Gomes era um homem brincalhão. Porém, muito sério no trabalho. Era daqueles carnavalescos eficientes, do início ao fim do desfile carnavalesco. Fazia o enredo; pensava na fantasia, nas alegorias, arrumava todos no desfile e só ia embora quando todos os carros alegóricos estavam guardados no galpão da escola de samba", revelou Kleber Oliveira.

Att, Senhorita Matos.

Um comentário:

  1. concerteza a comunidade guamaense perdeu um grande artista e a cultura popular um verdadeiro mestre que com toda a sua sabedoria e humildade ajudava a perpetuar esta cultura que ainda é tão descriminada pela sociedade.
    silvia gouveia estudante de serviço social da ufpa.

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