Foto de Henrique Huff |
Apesar de ter pouco mais de um ano, a banda paraense The Morô já conquistou uma legião de fãs. O motivo é simples: a releitura de músicas de bandas e de artistas do gênero pop rock como, por exemplo, Los Hermanos e Nando Reis, ganham uma nova cara e um se tornam um ritmo dançante quando tocadas pela The Morô. O grupo é formado por músicos jovens que sabem cativar o público com o carisma e muita simpatia. Em breve eles vão lançar o primeiro CD.
Entre os projetos para este ano também está a realização de uma turnê pelo Brasil. “Chicletinho”, canção da The Morô – feita pelo compositor Rafael Corrêa – já se tornou sucesso entre o público que segue a banda. A música ainda não foi gravada, mas deve estar no primeiro trabalho deles. A The Morô é formada por Fernando Roumié, que comanda o palco no vocal; Fred Carvalho no baixo; Erick Braga na guitarra; Rafael Corrêa na bateria; Caio Furtado no teclado; Lucas Thiago Nogueira e Zé Roberto completam o time na percussão.
“A The Morô surgiu de uma banda que já existia e que toca pop rock, a Firewall. Foi a partir da vontade de misturar o pop rock que a Firewall tocava com o samba, influência musical da maior parte dos integrantes, que veio este novo projeto. Queríamos misturar os ritmos e fazer algo agradável e diferente, que tivesse um maior público alvo”, conta Fernando Roumié.
O vocalista explica de onde vem o nome do grupo. “Costumamos brincar que a ex namorada de um dos integrantes da banda sempre dizia que ele se atrasava pra tudo. Ele sempre ‘demorava’. Como no repertório também tocávamos bastante músicas internacionais, fizemos a brincadeira de juntar o termo em Inglês ‘The’ com o ‘Morô’. Formando o som de ‘demorou’. Também sendo utilizado como uma gíria entre a gente e o nosso público, como por exemplo as expressões: ‘The Morô!, Fechou!, Já é!’”.
Lucas Thiago esclarece que, para cada ritmo das músicas que toca na The Morô, escolhe instrumentos adequados conforme a levada do som. O tecladista do grupo, Caio Furtado, que também é backing vocal da banda, diz que repensa as músicas que entram para o repertório durante os ensaios. “Mas a conclusão final sempre se dá durante os shows”, revela.
Quem vai pela primeira vez num show da The Morô pode se surpreender com a releitura que os músicos fazem com canções de gêneros do rock, pop e até do sertanejo. Eles têm o dom de transformar qualquer hit em axé music ou samba.
“Buscamos sempre fazer releituras de músicas das bandas mais consagradas. Dificilmente nós recebemos críticas ruins dos fãs desses grupos, sinal de que o que fizemos ou foi agradável ou não foi visto como um insulto, pois fazer releituras para o nosso estilo de composições de bandas como Los Hermanos, Raimundos, Charlie Brown, Nando Reis, entre outros, é algo bem delicado de abordar e agradar o público fiel desses artistas”, esclarece Fernando.
Mesmo com todo o profissionalismo, os músicos da The Morô ainda sentem na pele os desafios ao exercer a profissão de tocar na noite. Fernando acredita que músico é uma profissão como outra qualquer e que, portanto, deve ser respeitada como tal.
“Ocorre muito, não só aqui em Belém, de você cobrar um valor pelo seu show, tocar e no final o contratante não ter o dinheiro para fazer o pagamento do seu trabalho. Acredito que isso, além de falta de profissionalismo, é falta de respeito. Uma banda envolve muitas pessoas além dos músicos, que contam com o pagamento conforme o acertado, só que, infelizmente, nem sempre é o que acontece. Esse é só um exemplo, até Porque há muitas coisas que demonstram falta de respeito e desvalorização para com o trabalho do músico”, desabafa o vocalista.
“É fato de que os músicos precisam ser mais valorizados, sobretudo em nossa região. Acredito que o quesito que possui maior carência é justamente o fato de botar tudo no papel, assinando contrato e cumprindo com os termos do mesmo, dentro do prazo estabelecido. Para mim, isso é o em qualquer relação entre bandas e contratantes”, afirma Caio Furtado.