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domingo, 22 de fevereiro de 2015

The Morô faz releituras de músicas e não deixa ninguém parado

Foto de Henrique Huff
Apesar de ter pouco mais de um ano, a banda paraense The Morô já conquistou uma legião de fãs. O motivo é simples: a releitura de músicas de bandas e de artistas do gênero pop rock como, por exemplo, Los Hermanos e Nando Reis, ganham uma nova cara e um se tornam um ritmo dançante quando tocadas pela The Morô. O grupo é formado por músicos jovens que sabem cativar o público com o carisma e muita simpatia. Em breve eles vão lançar o primeiro CD.

Entre os projetos para este ano também está a realização de uma turnê pelo Brasil. “Chicletinho”, canção da The Morô – feita pelo compositor Rafael Corrêa – já se tornou sucesso entre o público que segue a banda. A música ainda não foi gravada, mas deve estar no primeiro trabalho deles. A The Morô é formada por Fernando Roumié, que comanda o palco no vocal; Fred Carvalho no baixo; Erick Braga na guitarra; Rafael Corrêa na bateria; Caio Furtado no teclado; Lucas Thiago Nogueira e Zé Roberto completam o time na percussão.

“A The Morô surgiu de uma banda que já existia e que toca pop rock, a Firewall. Foi a partir da vontade de misturar o pop rock que a Firewall tocava com o samba, influência musical da maior parte dos integrantes, que veio este novo projeto. Queríamos misturar os ritmos e fazer algo agradável e diferente, que tivesse um maior público alvo”, conta Fernando Roumié.

O vocalista explica de onde vem o nome do grupo. “Costumamos brincar que a ex namorada de um dos integrantes da banda sempre dizia que ele se atrasava pra tudo. Ele sempre ‘demorava’. Como no repertório também tocávamos bastante músicas internacionais, fizemos a brincadeira de juntar o termo em Inglês ‘The’ com o ‘Morô’. Formando o som de ‘demorou’. Também sendo utilizado como uma gíria entre a gente e o nosso público, como por exemplo as expressões: ‘The Morô!, Fechou!, Já é!’”.

Lucas Thiago esclarece que, para cada ritmo das músicas que toca na The Morô, escolhe instrumentos adequados conforme a levada do som. O tecladista do grupo, Caio Furtado, que também é backing vocal da banda, diz que repensa as músicas que entram para o repertório durante os ensaios. “Mas a conclusão final sempre se dá durante os shows”, revela.

Quem vai pela primeira vez num show da The Morô pode se surpreender com a releitura que os músicos fazem com canções de gêneros do rock, pop e até do sertanejo. Eles têm o dom de transformar qualquer hit em axé music ou samba.

“Buscamos sempre fazer releituras de músicas das bandas mais consagradas. Dificilmente nós recebemos críticas ruins dos fãs desses grupos, sinal de que o que fizemos ou foi agradável ou não foi visto como um insulto, pois fazer releituras para o nosso estilo de composições de bandas como Los Hermanos, Raimundos, Charlie Brown, Nando Reis, entre outros, é algo bem delicado de abordar e agradar o público fiel desses artistas”, esclarece Fernando.

Mesmo com todo o profissionalismo, os músicos da The Morô ainda sentem na pele os desafios ao exercer a profissão de tocar na noite. Fernando acredita que músico é uma profissão como outra qualquer e que, portanto, deve ser respeitada como tal.


“Ocorre muito, não só aqui em Belém, de você cobrar um valor pelo seu show, tocar e no final o contratante não ter o dinheiro para fazer o pagamento do seu trabalho. Acredito que isso, além de falta de profissionalismo, é falta de respeito. Uma banda envolve muitas pessoas além dos músicos, que contam com o pagamento conforme o acertado, só que, infelizmente, nem sempre é o que acontece. Esse é só um exemplo, até Porque há muitas coisas que demonstram falta de respeito e desvalorização para com o trabalho do músico”, desabafa o vocalista.


“É fato de que os músicos precisam ser mais valorizados, sobretudo em nossa região. Acredito que o quesito que possui maior carência é justamente o fato de botar tudo no papel, assinando contrato e cumprindo com os termos do mesmo, dentro do prazo estabelecido. Para mim, isso é o em qualquer relação entre bandas e contratantes”, afirma Caio Furtado.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

O poder da net de aproximar admiradores da poesia e do poeta

Foto: Arquivo Pessoal de Ronaldo Rosa
A escrita já fazia parte da vida de Ronaldo Rosa desde quando ele ainda era um garoto, mas foi na adolescência que a poesia o agarrou de vez. Entre os anos de 2007 e 2008, a vontade de escrever o dominava. Vinícius de Moraes inspirou o poeta, que achava fantástico a maneira sutil de brincar com as palavras e os seus significados, habilidade essa que parece nunca ter faltado para o grande músico e compositor Vinícius.

Nas poesias de Ronaldo Rosa, ao menos as publicadas em seu blog, existe um complemento: a fotografia. O poeta explica de onde vem a paixão pela arte de eternizar momentos. "A fotografia sempre me interessou. A possibilidade de criar a luz sempre me seduziu. Fotografar para cinema e vídeo sempre foi um prazer, só que eu não conseguia tempo para fotografar com o instantâneo. A fotografia entrou na minha vida mesmo quando fui morar em São Paulo, em 2010, quando me vi com um tempo disponível e comecei a me dedicar".



A aprovação num concurso público trouxe o poeta de volta para as terras paraenses. A vaga era justamente para o profissional que dominasse a arte de fazer registros, daí em diante o poeta dedicou-se definitivamente à fotografia.


Ronaldo Rosa garante que escreve para si, mesmo quando suas poesias parecem ser feitas para os seus seguidores. "Acho que o público do blog se identifica, até as vezes acha que adivinhei o que a pessoa sentia. Por mais que caiba como uma luva para alguns, eu falo de mim, do meu sentimento, escrevo sobre o que eu vivo. O blog é biográfico, mas me completa perceber que outras pessoas se identificam com o que escrevo", revela.

O nascimento do blog 
Foi com a intenção de arquivar os seus escritos que Ronaldo Rosa pensou em usar a internet, contudo, alguns amigos do poeta o aconselharam a usar o ciberespaço para divulgar suas poesias. Foi então que ele procurou os modelos pré formatados de blogs, geralmente sites mais fáceis de trabalhar o layout e também disponibilizados gratuitamente na internet. E em 2010 nascia o blog de poesias de Ronaldo. “É necessário compartilhar para o blog ter sua função, senão morre. Comecei a compartilhar com alguns amigos no Facebook e deu certo”, conta.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

O Poeta e a blogosfera: Rodolpho Moraes

A internet à favor da difusão das obras literárias

Foto: Arquivo pessoal

Com o advento das novas tecnologias compartilhar é a palavra chave. Com a internet, a arte, agora é mais difundida. E se antes a leitura de obras literárias era restrita para quem não tinha acesso a uma biblioteca pública ou para quem tivesse condições financeiras de adquirir um livro, hoje, com as novas mídias sociais, só não lê quem não quer. E foi aproveitando os recursos de compartilhamento da blogosfera, que o poeta paraense Rodolpho Moraes resolveu criar o seu próprio domínio na net. Ele é um poeta blogueiro. 


Rodolpho Moraes escreve desde a infância. Seu maior incentivo foi a avó Dora. Ela o presenteava com poesias escritas em pequenos pedaços de madeiras. “Essa influência de minha avó foi fundamental para todo esse processo poético da minha vida, pois pouquíssimas pessoas sabem da importância desses presentes para mim. Eu simplesmente achava belo a capacidade dela de ser simples e profunda, e ao mesmo tempo, delicadíssima com seus sentimentos. Além disso, meus pais sempre foram e são inspiradores. Tiveram o cuidado de me apresentar filmes, livros, músicas, artes em geral que, sem sombra de dúvidas, me levaram a ter essa vontade de fazer arte, de ser arte”, revela. 


Já na vida adulta, quem deu o pontapé inicial para a carreira do poeta, inclusive incentivando-o a criar um blog, foi o também poeta, escritor e jornalista Ronaldo Franco. “Ele é o meu ‘manoamigo’. Foi o Ronaldo Franco que me alfabetizou e incentivou a publicar minhas composições. O Ronaldo foi o cara que, com seu jeito peculiar de ser, tal como um pai, me encorajou e me chamou de poeta pela primeira vez. Ele apresentou para mim autores, versos, prosas, vídeos e acima de tudo caminhos pelos quais eu poderia crescer poéticamente. Ele me mostrou a importância de lapidar meus próprios versos e a compreender que a poesia é um processo livre da alma”. 


Foi em 2011 que o poeta criou o seu blog. Ele enxergou, através do exemplo do site do amigo Ronaldo Franco, a força que tem a internet para quem expressa os seus sentimentos por meio da escrita. “O bacana desse história é que o Ronaldo tem mais que o dobro da minha idade e usa o mundo virtual de uma forma extraordinária. Ele é o sessentão com a cabeça mais jovem que eu conheço”. 

Para Rodolpho o retorno dos internautas é muito positivo. “Confesso que, no início, até me assustei com a rapidez desse retorno, pois a velocidade e a chance de estar no mundo inteiro tão rapidamente, me fascina e me inspira a produzir sempre mais”. 


Rodolpho acredita que, a partir do momento em que as poesias são compartilhadas, “o mundo passa a ser o dono”. “Mesmo que seja aquele mundo ínfimo, de duas, ou dez pessoas que leiam a sua obra. A autoria, essa sim, é minha, mas a composição em si, suas interpretações, seus sentimentos, suas consequências, seus limites passam a ser desse mundo, ou seja, de todos que a lêem”. 


As poesias de Rodolpho Moraes refletem tudo o ele que vive. Para o poeta elas (as poesias) são livres para existir. “Elas são atemporais para chegar e sair, são meros reflexos de mim e do que vejo, do que sinto e do que amo, do que desejo e do que odeio, são farpas da alma, são o desconexo do que ainda não compreendo e acima de tudo são o meu alívio, minha forma mais pura de relaxar e tornar-me verdadeiramente eu”, revela.
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