O casamento, historicamente, é um dos pilares institucionais da moral burguesa. Sob o manto redentor da paz doméstica, milhares de homens e mulheres buscam a satisfação do "amor eterno" no ampliamento de sua lista de propriedades. Espaço privilegiado de violência e hipocrisia, o casamento foi repetidas vezes exumado pelo cinema, seja nos psicodramas modernos de Ingmar Bergman, Michelangelo Antonioni e John Cassavetes ou nas fabulações amargas de William Wyler, Max Ophüls e Douglas Sirk.
Dividido entre o Melodrama e o cinema impiedoso, o cineasta alemão Rainer Werner Fassbinder lança seu problema: E se a mais submissa das mulheres casasse com o mais sádico dos homens? O resultado desta hiperbólica equação é "Martha", filme produzido para a TV alemã m 1974.
Com um refinamento formal incomum, o filme retrata a dialética da tirania, assimilando as ressonâncias sórdidas do nazismo (tema caro ao jovem cinema alemão, do qual Fassbinder é um dos ícones). A encenação barroca e o balé de câmeras conduzem o espectador em um mergulho às profundezas do inferno. O filme força o visitante a encarar o dantesco abismo de si: seus desejos reprimidos, tristezas, alegrias, doenças, saúde. Contra a sua vontade mas até que a morte os separe.
*Miguel Haoni
(Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema - 2011)
Serviço:
21 de julho (quinta)
às 18h30
no cineteatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA
Realização: APJCC e CCBEU
Apoio: Cineclube Amazonas Douro
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