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domingo, 22 de julho de 2012

Farofeiro sem medo de ser feliz

Fonte da  imagem


Frango, farofa, arroz, biscoitos, pães, frutas e água. É só organizar tudo em seus respectivos lugares, seja em caixas de isopor ou bolsas térmicas e pronto! Já está tudo arrumado para seguir viagem e fazer um piquenique em qualquer praia do interior paraense e assim, aproveitar o penúltimo fim de semana das férias escolares. 

É exatamente isso que nesse momento está fazendo o paraense Flodoaldo Rodrigues Vieira, de 43 anos, morador do bairro do Mangueirão, e mais cinco integrantes da família dele, seus três sobrinhos, o filho e a neta. Respectivamente Marlizandrea Viera de Mello de 32 anos; Vitor Hugo Rodrigues Viera de 14 anos; Alan Mateus Rodrigues Vieira de 11 anos; Aurélio Vitor Rodrigues Nascimento de 14 anos e Keize Gabriele Rodrigues Vieira de apenas 3 anos de idade.

Eles se prepararam a semana toda, com muita ansiedade e entusiasmo, sobretudo os mais jovens, para encarar por quase quatro horas e meia, dentro de um ônibus, as estradas que ligam Belém até Crispim, praia da região do nordeste paraense.

 "Eu costumo dizer que esses passeios são o lazer dos desafortunados. Sabemos que muitas pessoas não têm condições financeiras para viajar e conhecer os balneários paraenses e, aproveitam piqueniques como este para se divertir com a família", afirma Flodoaldo Vieira que herdou a função do pai de organizar no bairro onde mora, piqueniques fretados por ônibus de passeio. 

Os destinos dos piqueniques promovidos pelo Flodoaldo Rodrigues são os igarapés, praias e balneários do interior do Pará como Marudá, Salinas e Magalhães Barata. 

Ser visto pelos outros como "farofeiro", denominação dos famosos frequentadores desses piqueniques feitos nas praias, não é importante para pessoas como o Flodoaldo Vieira. "Sou farofeiro e afirmar isso não me afeta em nada. Quem faz a alegria nas praias somos nós. Não é nenhum burguês afortunado", disse.

Ele está mais preocupado com a segurança na ida e na volta da viagem e, sobretudo, com a diversão de quem participa desses eventos.  "Quando vamos ao piquenique, levamos bastante água e comida. 

Ao chegar em nosso destino, procuramos um bar e fazemos o consumo apenas da bebida alcoólica. Fico de olho no motorista para ver se ele não vai ingerir bebida alcoólica e, sempre falo para ele não ter presa ao pegar o volante. Quero que todos cheguem e voltem seguros", revela.   

Geralmente, esses passeios ou piqueniques, contam com a organização de colegas de trabalho, familiares, amigos ou mesmo vizinhos do mesmo bairro. O piquenique feito por Flodoaldo é formado por 55 pessoas. 70% delas são familiares, os outros  30% são casais de namorados. "Como o nosso passeio é entre vizinhos, o entrosamento e a animação durante a viagem é grande", alega.  

É no mês de julho que os donos de empresas turísticas que alugam carros de passeios, sejam micro-ônibus, vans ou ônibus grandes, muitos com dois andares, faturam mais. A procura é tanta que até mesmo os carros de transporte público acabam sendo alugados. 

Att, Senhorita Matos.

Um comentário:

  1. Lendo seu texto vejo as imagens se formarem a minha mente. Realmente o depoimento narra um pouco do cotidiano do paraense no mês de julho, embora para alguns o termo "farofeiro" soe pejorativo, o sentido nem tanto o é se a reflexão se fizer presente, pois temos nossa maneira de aproveitar o dia a dia. Que as férias de julho seja acima de tudo para relaxarmos e refletir sobre o bem está coletivo.

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