Especial para o Dia dos Solteiros: Os motivos da solidão

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É assim todos os dias dos namorados. Sofia sente-se triste. As propagandas, as canções das rádios, as programações da cidade, os filmes na Tv... tudo fala sobre o Dia dos Namorados.  

"Todas tem namorado. Menos eu", reclama a garota para Santo Antônio (o seu santo de barro). Ela é uma bela jovem.  Está na flor da pele, com os seus 16 anos, sonhos e angústias, como todos os jovens nesta fase da vida.  
"Ah! Se eu tivesse quem me amasse. Mas acho que eu não sou igual as outras garotas ou tu Santo Antônio estás me castigando (acusa ela apontando para o seu santo de barro). Eu só queria estar com um namorado agora", suspira. 

Tão cansada, ela logo adormece. No sonho, que parecia tão real, uma revelação. Está lá o seu santinho de barro. Sim, ele mesmo, Santo Antônio, agora ele não é mais de barro. É de carne e osso e fala. E lhe diz o seguinte: 

"Todos os candidatos a namoro que você dispensou ao longo dos meses antes de hoje, 12 de junho, eram bons pretendentes, com uns defeitos ali e aqui. Mas realmente gostavam de você", relembra o santo.  

E ele puxa uma tela que parece flutuar no ar e lhe mostra: Veja você mesma colocando os defeitos mais fúteis sem importar-se com o verdadeiro sentimento que eles tinham por você:

E na tela ela aparecia  em cenas, como as dos filmes, comentando com as amigas:  "Ah não! Não quero o João. Ele é muito feio. O Pablo não serve. É magro demais. Cruzes! O Carlos é muito baixinho. Não gosto do Kleber. Ele não tem muita instrução, apesar de ter um bom coração.  O Lucas é pobre demais...". 

E Santo Antônio continua. Veja quem você preferiu:

"O Pedro que não te dava bola porque você não era uma loira "boazuda". O Max porque era musculoso. O Mateus porque era o garoto mais bonito da escola. O Jeferson porque era rico, mas ele não te deu bola porque você era pobre".

Sofia olhava assustada. Ela não conseguia falar nada. Parecia que naquele momento ela era de barro. Só podia ouvir as reclamações que o seu santo fazia. E ele finaliza com um sermão: 

"Minha jovem, você ainda tem 16 anos. Não amadureceu o suficiente. Ainda não sabe diferenciar o amor do desejo e impulsos. Ainda se preocupa com o que os outros vão pensar e não com o que realmente sentes aí nesse coraçãozinho de barro. 

Quando você perceber que o namoro só dá certo e só é de verdade com quem tem defeitos e qualidades, com quem não é igual aos seriados e filmes que você vê nas histórias da sua televisão, estarás preparada para namorar. 

E isso não depende de mim. Nem adianta acender velas, fazer orações ou me deixar de cabeça para baixo. Aprenda a se amar e amarás os outros com facilidade. Não pelo o que eles têm ou por sua aparência. Mas pelo o quê eles são. Com os seus defeitos e qualidades".

Sofia então acordou sobressaltada. Ela estava pasma. Sabia que aquele sonho era uma mensagem. Todos sabemos por que estamos sozinhos. As decisões e escolhas que tomamos influenciam em nossas vidas. Ela ainda tinha muito o que aprender. Deixou o seu santo de barro de lado e foi procurar a sua outra metade. Mas não um rapaz. Não um namorado.

Não era nada disso que Sofia teria que buscar naquele momento. Ela foi em busca do seu outro lado, da garota que antes via a alma dos outros pelos olhos. 

Att, Senhorita Matos.