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sábado, 2 de junho de 2012

Hip hop paraense está em alta


Paraense é campeão da Batalha de Bboys do programa TV Xuxa


Hoje, faz exatamente uma semana que o Bboy paraense Kleuodon dos Santos Gonçalves, o Kekeu, deu um importante passo em sua carreira: venceu a última etapa do concurso de Dança de Rua promovido pelo programa da TV Xuxa, da Globo.  Foram 32 dançarinos selecionados, 16 se apresentaram para todo o Brasil, mas apenas oito ficaram para a batalha. A disputa final foi entre Kekeu, o único representante da Região Norte, e Harrystil, do Paraná. 

Boy, bgirl ou breaker são as denominações dadas aos dançarinos de Dança de rua que está ligada a hip hop.

Para o campeão, o mais importante do que o novo título e a premiação de 50 mil reais é o reconhecimento nacional da cultura hip hop. “Levar a cultura Bboy para todo o Brasil e mostrar que ela é forte aqui no Pará, é sem dúvidas o mais importante”, conta o dançarino que desejava mas, se surpreendeu com a vitória.  

Aos 22 anos ele já pode ser considerado um profissional de sucesso. Kekeu está atualmente entre os melhores do País. Para ele, que dança desde os 11 anos de idade, a ser Bboy mudou sua vida.  O jovem agradece a ajuda do empresário Ivan Pires, que apoia a cultura hip hop no Pará. “O Ivan sempre mostrou que o importante não é olhar só para o nosso umbigo, mas participar dos projetos sociais”, conta.

Kekeu fez sua primeira viagem internacional para competição aos 19 anos. Nascido na Terra Firme, o dançarino encontrou na atividade, não apenas uma maneira de se expressar, mas também um caminho ainda inexplorado para percorrer. “Eu já trabalhei com a dança, fora de Belém, fora do País, já percorri 10 países e sei que nenhum dos meus amigos de infância teve uma oportunidade como essa” afirma.

Kekeu é um dos dançarinos da Amazon Crew, grupo de break dance que já tem no currículo quase 10 participações em eventos internacionais, dois campeonatos conquistados fora do País, um em 2009 e o outro no ano passado, além de já ter vencido várias campeonatos por todo o Brasil. Hoje ele é referência como dançarino de hip hop.

Apesar do reconhecimento, Kekeu acredita que o hip hop ainda deve ser mais valorizado. “É estranho ser conhecido por Bboys no mundo inteiro e dentro do Brasil, dentro da tua cidade, ninguém saber quem você é ”, conta o dançarino.

Outra dificuldade enfrentada pelo grupo é a escassez de patrocínio. “Na última batalha que fizemos na Europa em abril, tivemos problemas para conseguir as passagens e chegar com o grupo inteiro pra poder competir”.  Mesmo assim, o Amazon Crew ficou nas semi-finais, informa Kekeu.

Atualmente, o dançarino ministra gratuitamente oficinas de dança de rua para 20 jovens da Pedreira, bairro que sedia a Cufa Pará, da ONG Crias do Futuro. Além dos passos de break dance, os jovens ainda conhecem um pouco da história e do movimento de cultura de rua.

Para Kekeu, oferecer uma oficina como essa é a chance de mostrar a outros jovens um universo quase desconhecido e que pode abrir muitas portas. “Eu comecei a dançar ainda menino, aos 11 anos, quando meu irmão me convidou para ir com ele. Desde então minha vida tem girado em torno da dança de rua, nas batalhas nacionais e internacionais e nas competições”, avalia o dançarino.

Quem também esteve no Projac, a convite da produção da TV Globo, foi um dos representantes do movimento hip hop organizado no Pará, Marcos Hayden, mais conhecido como Ninja.   
Ninja, que é arte educador, coreografo e estudante universitário, aproveitou a oportunidade para explicar a Xuxa o projeto social que desenvolve em parceria com o programa ProPaz, do governo do Estado. 

No Mangueirão, um dos polos do ProPaz, mais de 500 crianças e adolescentes da periferia da Região Metropolitana de Belém são atendidas. Elas participam de oficinas de dança de rua e diversas outras atividades.  

O projeto é baseado em um trabalho que desenvolve temas como: valores, respeito, disciplina, afeto, amor e diálogo, onde o principal objetivo é reestruturar o padrão de comportamento, além de fortalecer o vínculo de família e reduzir o índice de violência.

Att, Senhorita Matos.

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