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terça-feira, 5 de junho de 2012

Mais do que um ato de gentileza, uma questão de respeito!

Reprodução/Internet

Numa dessas minhas "viagens" pela BR 316 (porque o tempo que passamos nos coletivos ultimamente é o mesmo que gastamos fazendo uma pequena viagem de um município a outro do Pará) fui uma as primeiras passageiras a entrar num coletivo que presta serviço na Região Metropolitana de Belém (RMB). 


Sempre observo as pessoas ao meu redor. Vi quando um adolescente, que aparentava ter os seus 17 anos, entrou no transporte. Ainda tinha cadeiras vagas. Mas não demorou muito para que o ônibus ficasse lotado, como é de costume. 

Temos o péssimo hábito de julgar as pessoas pela aparência. É mais forte do que a gente. Não admitir isso é hipocrisia. O rapaz estava com uma aparência de "pivete" da periferia. Sem preconceito, afinal, também moro na periferia de Belém e sei como muitos deles se comportam (andam, se vestem, falam, enfim).

Vi quando ele puxou o celular e pensei: "Caramba! Vai começar o show de tecno melody aqui no buzão." Nada contra um dos gêneros musicais que dominam o Pará. Só acho que onde termina o direito de um em ouvir a sua música alta dentro dos coletivos, começa o direito do outro em não ser obrigado a ouvir. É para isso que servem os fones de ouvido.

Mas o rapaz me surpreendeu. Ele puxou o seu fone e começou a ouvir a sua música, só pra si. Minutos depois ele me surpreenderia  ainda mais. Uma senhora, provavelmente já lá com os seus 60 anos, subiu no coletivo. O rapaz prontamente ofereceu o seu lugar para ela sentar. 

Fiquei envergonhada com os meus pensamentos. Me decepcionei com a minha capacidade de julgar os outros pela aparência. Talvez, o julguei por estar cansada de ver tantas cenas como essa ter um desfecho contrário. Jovens que usam seus celulares como mini aparelhagens e não cedem seus lugares nem para idosos e muito menos para mulheres com crianças de colo.

Aliás, não são só jovens. Já presenciei muitos homens, lá com os seus 40 anos, também terem a mesma postura. Já perdi as contas de quantas vezes tive que sair do meu lugar, com os meus livros e cadernos nas mãos, sem puder me segurar direito no ônibus, correndo o risco de pegar uma queda feia, para oferece-lo para idosos e mulheres com crianças de colo. Em uma dessas vezes estava com menos de um mês de operada.

Ao ver a atitude desse jovem, que julguei mal pela aparência, tive vontade de bater palmas para ele e parabeniza-ló. Esses gestos, há alguns anos antes, era tão normais. Respeitar e ser gentil era costume. Agora é raridade.

Att, Senhorita Matos.    
  

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