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quarta-feira, 28 de março de 2012

Historinha da Vivi Matos: A confissão

Foto: Divulgação

Me surpreendi com a atitude do sujeito. Depois de presenciar a sua ação até a acreditar em Papai Noel, fadas, duendes, políticos honestos, emfim, nessas coisas difíceis de se ver.
Estava no final do meu expediente quando Danúbio Silva, aparentado está confuso e com cara de cachorro que fez besteira, arrependido, entrou na delegacia pra confessar os delitos que havia cometidos e disse: 
É!... Com licença! Eu ... é ... vim me entregar!

Todos os meus colegas, que também estavam esperando os seus substitutos chegarem, olharam para o rapaz de altura mediana, magro, de pele bronzeada.
-Sim?! O que desejas confessar meu amigo?
-É ... bem, é que eu... eu...
-Ora! Não temos a noite toda! Desembuche criatura! Disse já irritado com o suspense o tenente Damázio.
Matei dois homens!
Silêncio.
Quando e onde foi? Perguntei.
Foi a dois ...
-Espere! Interrompi! - Já que pretendes se entregar deixa eu chamar o escrivão.
Escutei todo o depoimento do réu, pois já estava condenado, que parecia ter tirado um enorme peso das costas. Danúbio parecia abatido, tinha profundas olheiras e assustava-se com tudo, até mesmo com um simples abrir de porta.
Ao finalizar como procedeu na hora de matar os dois homens, que segundo ele o humilharam diante de todos numa festa noturna sem o mesmo saber os motivos. Fiquei curioso com o estado de Danúbio e perguntei-lhe: 
-Afinal, o que te levou a confessar os crimes? Uma vez que este caso já estava quase encerrado pelo fato de você  ter premeditado o crime deixando-o aparentar ser latrocínio?
-Eu ouço vozes por todos os lados. Não tenho mais paz, não consegui mais dormir desde anoite do assassinato. Já até cheguei a ver os dois caras que matei, todos desconfigurados me seguindo pelas ruas. Pensei até mesmo em em matar. 
-Olha doutor, não sei o que me deu! Nunca tinha matado ninguém. Mas fui tão humilhado. A raiva me dominou e saí de mim. Agora não me sinto aliviado.
- Não se preocupe, você vai se esquecer dessas pertubações fantasmáticas. A prisão tem muitas distrações.

 Att, Senhorita Matos.

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