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sexta-feira, 16 de março de 2012

Você já foi ver a exposição File 00 de Flavya Mutran?

Foto: Flavya Mutran

"Ficções baseadas em fotos reais." Assim a fotógrafa Flavya Mutran define sua exposição "File 00", que teve abertura no início de março, na Kamara Kó Galeria , às 19h30. O período de visitação vai de 10 de março a 28 de abril, sempre de terças a sextas, das 15h às 19h e nos sábados das 10h às 13h.
A artista está morando fora de Belém desde 2009, porém, sempre retorna à sua terra natal para participar de exposições como as do Arte Pará e do Espaço Cultura do Banco da Amazônia, no ano passado.


"Sempre estas vindas me enriquecem de ideias, trocas e renovam os afetos que tenho pelas pessoas e pela cidade. Saio sempre com a sensação que 'tudo acontece aqui'. E todo mundo está sempre produzindo alguma coisa interessante, fora os novos artistas que aos poucos vou ficando mais encantada. Estou bem feliz agora de poder realizar esta Mostra, e principalmente  estar conseguindo concluir mais um projeto que foi pensado ano passado junto com a Makikó Akao, que à frente da kamara Kó Galeria tem buscado ampliar o espaço de difusão e nterlocução entre artistas e colecionadores da arte fotográfica, dentro e fora de Belém", disse Flavya Mutran.

A artista falou sobre a sua exposição. "Meu trabalho não tem um viés documental, apesar de que considero a ficção fotográfica mais ligada à realidade do que certos tipos de documentação visual, pois na fotografia experimental se lida abertamente com temas que na fotografia factual, costumam aparecer de forma camuflada. Dos lugares e rostos que estarão em exibição nessa mostra o que se poderá ver são versões de como a nossa vida é cheia de véus que escondem desejos, mentiras que encobrem rostos e apagam sentimentos, cores que distorcem a luz diária. Tudo descaradamente inventando, mas genuinamente construído através da linguagem fotográfica tradicional".

Flavya Mutran explicou o nome da sua exposição. Traduzindo do inglês para o português, "file" significa arquivo. O que de acordo com a artista remete às imagens que ela produziu na última década (a partir dos anos 2000) justamente de 2000 a 2010/11. "São imagens de arquivo, pensadas e realizadas em momentos distintos, mas que têm em comum uma busca inquieta de explorar a fotografia pelo caminho da subjetividade, da imprecisão, da narrativa aberta.

 Outro fato em comum nas três séries de File 00 é a questão da transição entre os arquivos fílmicos e suas versões digitais, já que são três momentos que na última década me deparei com a transposição de suportes, que significa ter realizado a imagem na base fílmica e depois ter que escaneá-los para dar saída em cópias fotográficas digitais", revelou Flavya Mutran.

Em "File 00" a artista reúne alguns trabalhos inéditos e outros premiados, das séries Quase Memória (2000-2004), There's no place like 127.0.0.1 (2009-2010) e Mapas de Rorschach (2011).
Essa exposição conta com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e ao Esporte Amador Tó Teixeira e Guilherme Paraense, com o patrocínio da BLB Eletrônica e apoio da Grand Cru Belém.

Sobre a artista
Flavya Mutran começou a fotografar nas oficinas da Associação Fotoativa. Iniciou na fotografia em 1989, e desde então vem desenvolvendo trabalhos de documentação, ensaios e pesquisas na área da fotografia, atuando paralelamente no jornalismo e na docência. É formada em Arquitetura e Urbanismo com Especialização em Semiótica e Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA), trabalha profissionalmente como repórter fotográfica desde 1989, com registro na FENAJ, Federação Nacional dos Jornalistas. Também trabalhou como repórter fotográfica no jornal O Liberal.

Na UFPA, exerceu bolsa de monitoria em fotografia de 1990 a 1991, participando de levantamentos iconográficos da arquitetura histórica da cidade de Belém, e Bolsa do IEL + CNPQ no Programa de Incubação de Empresas da UFPA, em 1995. Desde 1993 passou a ministrar cursos e oficinas de processos experimentais de manipulação em laboratório fotográfico em P&B, em semanas de fotografia no Pará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Amapá e Ceará.

Participou de workshops e oficinas de fotografia com Miguel Chikaoka (Belém/PA), José Albano (Fortaleza/CE), Leopoldo Plentz (Porto Alegre/RS), Luis Humberto Martins (Brasília/DF), Rubens Fernandes Jr (São Paulo/SP), Pedro Martinelli (São Paul/SP, Marcos Bonnisson (Rio de Janeiro/RJ) entre outros. Em janeiro de 1996, foi selecionada para participar do XIII Curso Abril de Jornalismo em Revista da Editora Abril, sendo estagiária das revistas CASA CLÁUDIA e SUPER INTERESSANTE por dois meses, participando de cursos e palestras sobre fotografia de arquitetura e interiores, culinária, moda e still, na sede da editora ABRIL, em São Paulo/SP.

Em 1993, criou ao lado de outros artistas o grupo Caixa de Pandora, que tinha como mote a pesquisa pela "fotografia contaminada". Trabalhou como laboratorista e passou também a documentar pesquisas sobre a arquitetura da Belém. Nos anos 90 trabalhou com fotojornalismo e em assessorias de comunicação pública e privadas, além de ministrar oficinas de fotografia. É professora de Fotografia em instituições de ensino superior. Atualmente, reside em Porto Alegre, onde concluiu sua dissertação de mestrado "Pretérito imperfeito de territórios móveis" (Fragmentos de autorretratos em redes), em março de 2011, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A pesquisa fotográfica foi contemplada ainda com o XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, da Fundação Nacional da Arte (FUNARTE).

Sobre a Kamara-Kó
A Kamara Kó nasceu no ano de 1991, em Belém como uma agência de fotografias e vem colaborando na construção de novas possibilidades de desenvolvimento da diversificada e bem conceituada produção fotográfica da região. Depois de vinte anos de trajetória, o projeto se desdobrou com a criação da Kamara Kó Galeria, espaço expositivo de difusão, fruição e interlocução na aquisição de obras artísticas, dedicado a colaborar com o crescimento da produção artística local, que transita entre importantes obras visuais no mercado das artes mundo afora.

No acervo da Kamara Kó Galeria estão obras de representantes da nova e promissora safra da fotografia paraense e de renomados fotógrafos e artistas visuais paraenses contemporâneos, que têm participações em editais, coletivas e salões em diversas cidades brasileiras e também marcam presença em vários países da America Latina, na Europa, nos EUA, Japão, China e em coleções importantes como Pirelli/MASP - Museu de Arte de São Paulo (SP), FNAC (SP), Instituto Itaú Cultural (SP) e Joaquim Paiva de Fotografia Contemporânea Brasileira/ Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (RJ).

Serviço
Exposição "Filé 00", fotografias de Flavya Mutran
Visitação: De 10 de março a 28 de abril de 2012
De terça a sexta, das 15h às 19h e sábado, das 10h às 13h
Local: Trav. Frutuoso Guimarães, 611, entre General Gurjão e Riachuelo. Bairro da Campina
Informações e agendamentos: (91) 32614809 | (91) 32614042 | kamarakogaleria@gmail.com | www.kamarakogaleria.com
Entrada franca.
Att, Senhorita Matos.

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