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quarta-feira, 9 de maio de 2012

A atriz Daniela Fontan é “paraense da gema”


“As pessoas tem uma visão fantasiosa sobre a vida dos atores e atrizes. Todos pensam que temos uma vida maravilhosa. Que não temos aflições. Mas não é bem assim.”

Foto Divulgação


É aos 12 anos de idade que os caminhos da atriz Daniela Fontan se encontram com os da Dramaturgia. Ela começou em um grupo de teatro, chamado Risco, de um centro Espírita no Rio de Janeiro. Atualmente esse mesmo grupo virou a Companhia de Risco. A atriz já tem 20 anos de carreira, atuando no teatro e tevê.  


 A artista brinca dizendo que se não estivesse no teatro e tevê, ou trabalharia com culinária, ou faria Psicologia. “Se eu não fosse atriz seria cozinheira ou psicóloga. E, inventaria uma terapia com comida”.  Ela é formada no curso de Belas Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A atriz fala sobre a vida nada glamorosa dos atores. “As pessoas tem uma visão fantasiosa sobre a vida das atrizes e atores. Todos pensam que temos uma vida maravilhosa. 

Que não temos aflições. Mas não é bem assim. Hoje atuamos num papel de destaque, amanhã não sabemos onde estamos. A vida do ator muda muito. Porém, é essa metamorfose que nos move”.

Muitos não sabem, mas a atriz é paraense. Embora nascida no Pará, ela ficou na cidade até os cinco meses de vida. O pai de Daniela Fontan era funcionário de uma empresa área e, de vez em quando, era escalado para trabalhar no Pará. Em uma dessas vindas a mãe da atriz, que é carioca assim como o seu pai e toda a sua família, veio junto, grávida de cinco meses. 

Os planos do casal era de ter a filha no Rio de Janeiro, porém Daniela Fontan se adiantou. “Acho que de uma forma ou de outra acabei escolhendo nascer no Pará”, afirma a artista que sempre buscou saber informações sobre o estado em que nasceu.

A artista passou boa parte de sua infância na Bahia. Quando adolescente mudou-se para o Rio de Janeiro. Ela se lembra das vezes em acompanhou o pai nas viagens a trabalho nos municípios de Carajás, Belém e Parauapebas.  

“A minha relação com o Pará é de algumas horas. A minha memória é muito sensorial. Lembro-me de um cheiro característico das pessoas. Um cheiro bom que só as pessoas de algumas regiões do Pará têm”.

Para compor a personagem “Gracinha”, da novela “Amor Eterno Amor”, da Rede Globo, Daniela Fontan se inspirou em diversas pessoas da Ilha do Marajó. “Sempre gostei de saber coisas sobre as minhas raízes e história. Agora, interpretando a minha primeira personagem paraense, busquei conhecer ainda mais sobre o Pará”, afirma.

Daniela Fontan falou sobre a principal inspiração que teve em seus conterrâneos para encenar a sua mais nova personagem. “A maior referência que tenho dos paraenses para compor a ‘Gracinha’ é o sorriso. Aqui as pessoas sorriem com o coração. De uma forma muito bonita e escancarada”.

“Gracinha” já é o quinto papel de Daniela Fontan na Rede Globo.  A atriz já atuou na minissérie “Dalva e Herivelto”. Ela encenou sua primeira personagem na novela “Eterna Magia”, depois vieram os papéis cômicos “Berenice”, em “Escrito nas Estrelas” e o da caipira “Marli”, na novela “Morde e Assopra”.

Desde 2009 Daniela Fontan participa voluntariamente do Roda Gigante, um grupo de palhaços artistas que leva a alegria às pessoas nos hospitais do Rio de Janeiro. Ela é a “Dra. Azeitona de Oliveira”. Foi nesse grupo que Daniela Fontan conheceu a sua referência na arte de fazer as pessoas rirem: a atriz Daniela Barros. “Esse trabalho é bom porque os palhaços são os únicos que cuidam da saúde das pessoas e não da doença”.

Daniela Fontan já encenou diversas peças teatrais, tanto amadores, quanto profissionais. Foram tantas que a atriz até perdeu as contas. Ela falou sobre a diferença entre atuar no teatro e na tevê. “O teatro ajuda muito, mas ele é possui uma linguagem artística diferente da televisão. 

No palco dos teatros você está distante do público. Na televisão não, você está entrando na casa de milhares de pessoas. A tevê é cartesiana. Mas tem uma coisa que deve ser comum nos dois: a entrega tem que ser verdadeira. Você tem que se agarrar na história do seu personagem”.

Embora a atriz acredite que o artista “dá a carne e o corpo” ao personagem, ela ressalta que quem o faz é o roteirista. “Se você fizer o que está escrito de forma verdadeira, com sinceridade, o seu personagem vai ficar bonito, vai fazer com que as pessoas o amem ou o odeiem. Quem constrói o personagem é quem está escrevendo a história. Os atores só precisam ser verdadeiros na hora de encena-los”, opina.

Ela dá um conselho, não só para os atores, mas para qualquer pessoa que está começando agora na conquista de qualquer carreira profissional. “Não deixe pra ser feliz na hora em que conseguir chegar lá. Temos que ser felizes com as nossas conquistas de agora, com as nossas dificuldades e caminhos que vamos percorrer para conquistar o que queremos. 

Mesmo porque, nunca estamos satisfeitos. Quando chegamos num lugar, descobrimos que temos outro para alcançar e mais outro. Então, temos que acordar e ser felizes com o presente e não adiar nossa felicidade”.

A atriz conta que após terminar o trabalho na novela “Amor Eterno Amor” provavelmente atuará em peças de teatro. Ela está esperando patrocínio e aprovação de alguns contratos. De uma coisa Daniela Fontan tem certeza: voltará a participar das ações do grupo Roda Gigante, fazendo a “Dra. Azeitona de Oliveira” levar alegria às pessoas doentes.        

Att, Senhorita Matos.

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