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segunda-feira, 28 de maio de 2012

"As Facas de Meu Pai" retrata arte marajoara


Foto Divulgação

"As Facas de Meu Pai", uma obra da artista plástica paraense Lise Lobato, já está na exposição "Amazônia, Ciclos da Modernidade", em Brasília desde o dia 28 de maio. Depois, vai para o Rio de Janeiro, onde fica até o dia 22 de junho.


"Amazônia, Ciclos da Modernidade" é uma iniciativa do Centro Cultural Banco do Brasil . Após esse período, a obra da artista vai ficar exposta no Centro Cultural Banco do Brasil do Distrito Federal, de 13 de agosto a 23 de setembro. "Esse convite é um privilégio, mais uma vez a obra viaja e leva o Marajó para outros olhos", conta a artista.

As "Facas de Meu Pai", uma instalação de 3 x 4 metros, já participou de diversas exposições no Brasil. Entre elas: Arte Pará, Centro Cultural Banco do Brasil (SP), Museu da Vale (ES), Palácio das Artes (MG), e agora no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro  e do Distrito Federal.

Foto Divulgação
"'As facas de meu pai' é uma obra que tem uma particularidade; a faca é inseparável de um vaqueiro do Marajó, todos levam uma na cintura e o interessante é que eles confeccionam as bainhas feitas de sola e costuradas a mão e decoram com franjas de vários modelos. 

Aqui começa a história dessa obra, de uma identidade marajoara e somado a isso tem a história da construção dessas 106 facas, todas com bainhas feitas a mão, pelo meu pai, um fazendeiro do Marajó. Elas estavam guardadas num armário. 

Depois da morte dele, quando abri o móvel, lembrei de ver ele produzindo as facas (cabos e bainhas) e pensei que elas tinham que ser mostradas por toda essa história; talvez essa verdade que a obra carrega é que faz ser convidada para exposições em lugares tão importantes no universo da arte", afirma Lise Lobato.

Ela acredita que, embora de uma forma poética, registra e guarda parte dessa história. "Guardo parte desse lugar (Marajó) onde passei parte de minha vida; um lugar afetivo.

Não fala somente de uma poética das coisas desse lugar, mas também  história de um lugar. Hoje, tão mais conhecido pela dramaturgia (Amor eterno Amor), lindas cenas, um lugar merecedor de todas essas imagens, o Marajó realmente é muito fotogênico e essa é mais uma forma de resignificação desse universo imenso chamado Marajó". 
   
A artista fala sobre suas obras e a relação delas com a Ilha do Marajó. "Ao longo de minha produção, parte dela é dedicada ao Marajó, 'Meu Quintal é do Mundo' (Casa das Onze Janelas) - instalação de cerâmica que tratava sobre as figuras antropomorfas e zoomorfas da cerâmica marajoara; 'O Silêncio do Branco' (Galeria Theodoro Braga) - tratava da superfície dos sítios arqueológicos; 'Nas Águas do Arari' (Espaço Cultural Banco da Amazônia) - maior rio da Ilha, falava sobre os peixes que percorrem esse rio delimitando o lugar da pesquisa. Todas essas exposições foram individuais".

A artista também contou sobre um dos motivos de suas inspirações. "Lugares que percorri e percorro a minha vida inteira, e sempre vão estar resignificadas em minhas produções plásticas".



A exposição "Amazônia, Ciclos da Modernidade", com curadoria de Paulo Herkenhoff, vai apresentar em amplo espectro a cultura visual da Amazônia; sua arte e determinadas particularidades antropológicas, desenhos científicos, arquitetura e urbanismo. 

Serão discutidos ciclos de modernidade, desde o século XVIII até à contemporaneidade. A exposição ocupará 1000m² com cerca de 300 obras, entre fotografias, pinturas, documentos raros, objetos, vídeos além de uma grande instalação de arte popular.


Serviço:
Obra "As Facas de Meu Pai" estará na exposição "Amazônia, Ciclos da Modernidade",
Locais e datas: Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, de 28 de maio a 22 de junho;
e Centro Cultural Banco do Brasil do Distrito Federal de 13 de agosto a 23 de setembro.


Att, Senhorita Matos.

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